Empregado vs. Empregador
De que lado da mesa você deseja estar?
Essa resposta, à princípio, parece ser fácil. Todos nós desejamos sentar na cadeira do chefe correto??
Errado! Ao menos para a maioria de nós brasileiros. Paremos para pensar um pouco. Nosso meio nos cerca - e conspira- para que sejamos empregados!
Começamos pelo nosso primeiro contato com a educação que temos, nossos pais. Na sua grande maioria já tem incumbido em suas mentes a profissão que querem para os seus filhos antes mesmo de nascerem (a mesma profissão que a deles para manter a tradição- quando trata-se de médicos e advogados ou, nos casos de pais que não tem "instrução" de ensino superior, qualquer outra profissão desde que passem pela faculdade).
Dado o ponta-pé inicial na jornada inconsciente pelo desejo de ser empregado, vem em seguida a principal época de "lavagem cerebral". Isso mesmo. A metodologia de ensino pedagógico atual que advém do período pós-industrial. Não gosto muito de história, mas vale a pena saber que antes do período industrial, a maioria da população instruía seus filhos a serem empresários. Quem não era agricultor era comerciante(padeiros, ferreiros, açougueiros...) e assim, ambos, pequenos empresários sendo o empreendimento passado de pai para filho.
Eis que surgem os tempos modernos...
E com ele a necessidade de mão de obra qualificada para produzir bens de consumo. Mas como mudar a mentalidade de ter seu próprio negócio para a mentalidade de trabalhar duro para um terceiro para adquirir coisas que não precisa?
Daí que surge a intervenção do governo com a tarefa de gerar uma educação em massa que é utilizada até hoje nas escolas brasileiras.
E desde cedo a escola começa com a formação do indivíduo (entenda-se por formação, o sentido literal da palavra- "botar na forma"- para que saiam bonequinhos iguais prontos para girar a grande roda capitalista.
Daqui também que vem a filosofia do "errar é errado".
Tirou uma nota baixa? Burro!! não sabe qual a capital da Tchecoslováquia? Jeque!! não sabe balancear estequiometricamente a equação da fotossíntese? Incompetente!! Nasce então o medo de errar. A insegurança causada por esse medo leva o aluno a seguir o caminho mais seguro: estudar o que os outros consideram fundamental para poder trabalhar para alguém repetindo o mesmo que todos fazem para diminuir a possibilidade de erro e poder receber o salariozinho no final do mês.
Isto de fato é segurança???!!
Para quem se sente seguro dessa forma não deve se abalar ao ouvir as seguintes palavras: prioridade para profissionais jovens, redução do quadro, corte de custos, demissão, venda da empresa, alteração gerencial, mudança de gestão municipal...
Certo, talvez você me diga: Você está generalizando, e o que dizer dos profissionais autônomos e concursados públicos?? Ok, eu tenho de concordar que estes ainda têm uma tênue vantagem. Eu disse ainda!! Há alguns anos me lembro de ver no jornal nacional que um advogado prestou concurso para vaga de gari (nada contra a profissão dos garis, digo apenas para enfatizar que o mercado de trabalho a cada dia está mais competitivo e excludente), e eu tenho acompanhado acontecer com muitos médicos o que aconteceu com os até então respeitados profissionais de enfermagem há 20 anos atrás. Sem contar também os custos para manter o status dessas profissões.
Mas eu não quero ser aqui extremista do talibã.Não estou aqui para sentar o cacete nas profissões sejam elas quais forem e nem ser lunático para dizer para você largar hoje seu emprego e sair abrindo sua empresa (até mesmo porque além de meus empreendimentos continuo no meu emprego remunerado. Discurso hipócrita? Não, apenas passei pelo mesmo sistema educacional que todos aqui e abri meus olhos há menos dois anos, mas meus filhos certamente terão uma educação diferente).
Bem, como nosso foco aqui é a independência financeira através do empreendedorismo, farei um paralelo para finalizar. Quem provavelmente conseguiria a I.F. mais fácil, um Empregado/Autônomo ou um Empregador? Para apimentar a discussão comparemos a profissão da moda: médicos/advogados com um fabricante algum produto barato: canetas, isqueiros ou barbeadores "gilete". Nas profissões como empregados, é bem possível tirar uma boa bufunfa mensal (uma média superficial R$ 8.000,00 mas existem casos de até R$ 60.000,00 ou mais.) Mas vamos lembrar que estes profissionais tem um fator limitante: o tempo e o espaço. Eles são um só e tem apenas 24 horas por dia para ganhar seu dinheiro. Podem até dar plantões, atender cada cliente/paciente em 10 minutos, mas sempre estarão limitados a estar presencialmente no local e atender uma pessoa em um dia com 24 horas. E tem a contra eles o fator de quanto maior a produtividade quantitativa, pior a qualidade do atendimento.
Agora o empreendedor que resolveu fabricar canetas. Ele também tem apenas 24 horas no seu dia, mas ele não precisa estar presente no momento da venda para cada cliente seu. E nem fica limitado a vender a quantidade de apenas 1 caneta!! Ele pode simplesmente vender para seus vizinhos, para o mercado ao lado, para o escritório do amigo, para a papelaria do município vizinho, para uma rede de supermercados, para vendedores ambulantes, num site seu na internet, para estados, países, planetas..... bem tirando a empolgação da parte dos planetas, o resto pode até ser bem verdade, dê uma olhadinha aqui!
Concluindo, não vá amanhã para seu trabalho e chegue lá chamando seu chefe de porco miserável, dando um tapinha no bumbum da secretária, botando fogo nos arquivos da empresa e riscando o carro de seus colegas achando que vai largar seu emprego e começar uma empresa bem sucecida de um dia para o outro (ouviu bem pobretão?). Mas que esse texto sirva de estímulo para lhes abrir os olhos que existe vida além do emprego remunerado.
Eu ainda estou em cima da mesa (entre empregado e empregador) mas não tenho dúvidas onde eu quero estar. E você??